domingo, 9 de janeiro de 2011

De encontro ao acaso

_ Por que não quis conversar com ele?
_ Descobrir entre beijos que não passo de uma amiga.
_ Você beijou ele?
_ Claro que não.
_ Então o que aconteceu entre vocês?
_ O vi beijando a Dani.
_ Por que razão faria isso?
_ Deixe-me adivinhar: será porque ela é esperta, bonita, divertida ou tudo isso e mais um pouco?
_E você Dhesi é muito mais legal que ela, sabe ser amiga a qualquer momento, é humilde, simpática, e entre mais.
_Obrigado! Estou precisando mesmo é de um abraço amigo.


Dhesi está no colegial, como toda adolescente interagida nos estudos, ela se esforça ao bastante. Seu sonho é ser uma grande advogada. O pai sempre foi muito orgulhoso, pelo fato de sua filha ter escolhido essa profissão. Que originou por meio de um discurso entre eles. Dhesi defendia bem, a posição pela qual encontrava as crianças brasileiras, que sofriam tanto, devido às condições pelas quais passam suas infâncias.
Na escola, a professora estava debatendo sobre o comportamento dos adolescentes de antigamente e nos dias atuais. E a Dhesi decidiu expor seu ponto de vista.
_ professora, eu acho que o que acontece com os adolescentes, é que antes eles não tinham liberdade de expressão. Aquilo que eles achavam certo, para os adultos era apenas questão de ética.
Naquele momento despertou em Lucas a vontade de manifesta-se:
_ Os adultos, faziam aquilo que achavam melhor para uma coletividade, você não acha?
_ Não, eu não acho, porque as metas deles baixavam a cabeça dos demais.
_ O que adianta alguns protestarem se os demais tinham medo?
_ Acontece que eles queriam defender seus direitos, e mostrar para o povo que podiam fazer o mesmo.
_ Causa perdida.
_ Assim como você. Defendendo o errado.
_ Acredito no que tem lógica.
A professora interrompeu:
_ Chega gente! Para trabalhar com opiniões a respeito do assunto, quero que vocês façam uma pesquisa e relatem o que mais atrair a atenção de vocês.
Dhesi como uma futura advogada, sentia-se confiante no que empregaria daqui pra frente. Porém para amedrontar suas idéias, Lucas a convidou para juntos realizarem esse trabalho.
_ Qual é a sua Lucas? Se você bem recorda, nossas opiniões são bem distintas. Como poderemos trabalhar juntos?
_ Não pensamos tão diferente assim, só levamos fatos ao acaso.
_ Não consigo entender seu raciocínio diante do meu; e isso é fato. Discordou de tudo ainda pouco.
_ Está parecendo que você está fugindo de mim.
_ E você querendo chegar perto demais.
_ é o acaso.
_ engraçadinho.
_ Tenho essa fama, em despertar sorriso nas pessoas.
_ Então deveria ser palhaço.
_ Me identifico em jornalismo.
_ Defende tão mal seus princípios.
_ Falei jornalismo, não advocacia.
_ Você não cansa não.
_ Seu medo não deixa.
_ Ta. Faço essa redação com você e mostro que sou bem mais corajosa do que seus lábios presumir.
Ela estava disposta a exercer um bom efeito com suas idéias. Não iria permitir que o Lucas calasse seus pensamentos. No entanto não conseguia entender porque aquilo tudo mexia estupidamente com ela.
Marcaram de começar a estudar depois da aula na casa dela. Sua mãe tinha que fazer umas compras. Entretanto só restaram os dois. Lucas examinava toda a sala e descobriu um talento da Dhesi.
_ Que incrível! Não sabia que a Dhesi caça-palavras, toca violão.
_ Nossa! Porque será? Deixe-me adivinhar: porque você não conhece nada sobre mim.
_ Acha que não? Você se chama Dhesi. Aliás, são as pessoas que te chamam. Tem uma amiga chamada Mili. Gosta de estar a todo o momento exibindo sua opinião, é irônica, toca violão e nunca falou a ninguém porque tem medo.
_ Você é patético.
_ Tantos elogios, fico até sem graça.
_ Você é sem graça.
_ Desculpe interromper seu discurso, mas tem uma tarefa maior me esperando. Podemos nos dirigir a redação?
_ pensou em algo? Racional é claro.
_ O que você acha de entrevistarmos outros adolescentes, para procurar motivos que pocisione suas atitudes?
_ Nada mal. A gente também poderia pesquisar pela internet.
_ Está percebendo que não existi tantas diferenças entre nós?
_ Ainda não estou convencida.
_ Questão de tempo.
Então combinaram de realizar as entrevistas no dia seguinte, após a aula. Dhesi estava simpatizando à idéia de ouvir o que os outros pensavam. Uma semana passou e as coisas só viriam a melhorar. Ambos comportavam-se como grandes companheiros. Descobriram muito mais do que acreditavam, com o trabalho. E finalmente chegou o dia deles reunirem suas opiniões e a dos demais, diante da professora e seus colegas. Dhesi começou:
_ fizemos algumas entrevistas com adolescentes de 15 á 17 anos e desvendamos que, a maioria acha que os pais deviam ter um pouco mais de confiança e afeto com eles. Por não ter certos direitos á vista, se preocupam em comportar como uma pessoa mais velha e não tem plena consciência que podem não aproveitar o que a vida oferece. Afinal, quem na vida está preparado para ser aquilo que não é? Gostam de entrega-se a emoções, pois tem medo de que o tempo passe e não tenha prevalecido o suficiente.
Lucas prosseguiu:
_ Pesquisamos na internet e tiramos conclusões de que a juventude em qualquer década, usufrui de uma posição que lhes permitir ter menos vínculos com a sociedade. Eles não têm chefe, não tem de prestar contas à sua posição social ou profissional. O que lhes facilita a abertura para o novo. Isso não significa que exista uma juventude que pensa de um determinado jeito. O cara de 16 anos, preso na Febem, tem um pensamento completamente diferente do que estuda num colégio de classe média. Como nos anos 70, por exemplo, o grupo de jovens que protestava, era preso e apanhava.
_ queríamos mesmo saber, era por que o jovem lançava sua vida á hábitos inúteis como: drogas, sexualidade, tatuagens e etc... E eles responderam que seria uma forma de livra-se dos problemas e chamar a atenção dos pais, que só chegam a preocupa-se com os filhos quando eles destroem sua imagem.
_ É. E eles se sentiam inseguros, mas tinham que mostrar autoconfiança. Tinham que ser ousados e corajosos, senão não teria valor diante dos amigos. Mergulham em aventuras perigosas porque acham fundamental para um grupo. E aqueles que não morrem ou não ficam gravemente doentes, um dia acordam desse sonho em que flutuam em “estado de graça”. Acordam porque lhes aconteceu algo: aquele acidente impossível. Caíram do cavalo. Percebem que também são mortais! Então tomam consciência de toda a insegurança e de toda a fragilidade de que os levaram a construir a falsa armadura da onipotência.
_ Outros também, praticam o que não é certo porque convive em uma sociedade que não mantém a igualdade como padrão. Rouba porque senti a barriga doer, viola as leis porque já destruíram ao bastante o que também era seu. Sua infância roubada. E o pior de tudo, não alimentam esperanças porque já não mais acreditam em milagres.
_ Bom. É só.
_ Muito bem, fizeram um bom trabalho.
_ E o melhor de tudo, professora, é que eu e a Dhesi vivemos uma grande experiência.
_ É verdade. Fomos á fundo com esse documentário.
Aquele trabalhou levou á ela muito mais do que suponhava. Aprendeu muito a respeito do que passa além do seu mundo. E descobriu um novo sentimento. Ao certo, não sabia o que estava sentindo.
Talvez tenha entrado alguém no seu mundo e nem percebeu. O garoto que ela achava um “mala”. Tornou-se especial e integral nessa sua fase. E um convite agora não seria nada mal.
_ Dhesi, estava pensando, depois da aula sairmos para comemorar o sucesso do trabalho com sorvete.
_ Claro que sim. Afinal merecemos.
Ao ter mínio da aula. Saíram juntos a sorveteria. Mas felizes que nunca. Um descobrindo no outro a “grande pessoa”.
_ Lucas queria aproveitar a oportunidade para pedir-lhe mil desculpas por ter sido grosseira com você.
_ Acho que fazia parte de ser quem somos e chegar onde estamos.
_ Olha só a gente, nem parece os mesmos de antes.
_ Na real. Você mexeu comigo.
_ Em que sentido?
_ Todos.
Entre olhares cruzados e sorrisos vagos. Surgiu a grande sensação nos lábios. Sentiam-se aprisionados um ao outro. E derrepente:
_ Oi gente!
_ Mili! Que surpresa.
_ Vim dá os parabéns aos dois pelo trabalho. Mas estou interrompendo?
_ Não Mili; inclusive eu já estava até de saída.
_ Mas já?
_ É Lucas. A gente se vê amanhã no colégio.
O caminho de casa foi de grande sufoco. O tempo todo, Mili tentava extrair algo que explicasse o que realmente a Dhesi estava sentindo, mas não estava preparada para dizer.
_ Se eu não chego, teria rolado um beijo, não é?
_ Claro que não
_ Ele é uma pessoa muito legal, né?
_ Aonde pretende chegar?
_ Qual a sensação de estar apaixonada?
_ Ah! Pará Mili. Somos apenas bons amigos.
_ Ele combina com você. Ele é divertido, amigo, bonito.
_ Então fica pra você.
_ Calma aí. Tô brincando.
Dhesi estava mesmo balançada com o Lucas e aquela frase não desaparecia da sua cabeça “você mexeu comigo” Tentava dormir e ele não fugia dos seus pensamentos. Quando dormia o encontrava nos seus sonhos. Ainda pensando alto, falou:
_ Parece até perseguição.
No dia seguinte levantou disposta a revelar tudo o que sentia a ele. Porém quando chegou à escola; seu mundo desabou. Seus olhos não obtinham outra direção. Ele estava beijando outra. Ela não conseguia segurar a lágrima próxima a cair. Saiu descontrolada, correndo pela escola. Escondeu-se no banheiro como uma adolescente em busca de refugiu. Esperava o desaparecimento desse sentimento. Não era justo alguém amar tanto e não receber nada em troca. Qual seria o motivo de amar, para alguém que está com o coração ferido? Ela só queria chorar pela última vez e expulsá-lo da sua mente. Precisava superar. Então passado se um tempo; encontrou-se com ele.
_ Dhesi queria falar com você.
_ Mas eu não quero.
_O que aconteceu? Porque você está assim?
_ Nada que você entenda.
Saiu apressada em direção de casa. Saiu como quem queria arrastar o mundo aos seus pés. Como quem queria desprezar o amor, da mesma forma que a desprezou. Sentia-se traída, por ter deixado-o entrar em sua vida. Já à noite; recebeu a visita da Mili.
_ Por que não quis conversar com ele?
_ Descobrir entre beijos que não passo de uma amiga.
_ Você beijou ele?
_ Claro que não.
_ Então o que aconteceu entre vocês?
_ O vi beijando a Dani.
_ Por que razão faria isso?
_ Deixe-me adivinhar: será porque ela é esperta, bonita, divertida ou tudo isso e mais um pouco?
_ E você Dhesi é muito mais legal que ela, sabe ser amiga a qualquer momento, é humilde, simpática e entre mais.
_ Obrigado! Estou precisando mesmo é de um abraço amigo.
_ Vem cá. Eu já desconfiava que você gostasse dele.
_ Desculpa por não ter dito.
_ Só se prometer que vai falar com ele.
_ Não, isso não.
_ Talvez as coisas não sejam como você está imaginando.
_ Não estou imaginando, eu vi.
_ Vai ver tem explicação.
_ Não acredito.
_ Pensa bem, tá.
Ela havia refletido ao máximo. Mas será que teria explicação para um beijo?
No dia seguinte, encontrou-se com ele na porta da escola. Dessa vez estava disposta a ouvi-lo.
_ Dhesi seja lá o que tenha acontecido, quero que saiba que gosto de você. Talvez eu tenha sido pra você um simples alguém que passou em sua vida, mas para mim você é um sonho que lembrarei com saudade.
_ Gosta tanto que andou beijando a Dani, não é?
_ Eu não a beijei, ela que me beijou?
_ Jura?
_ Precisa acreditar em mim?
_ Me dê motivos.
_ Eu te amo. Pela primeira vez me apaixonei de verdade, não quero que mate esse sentimento por um mal entendido.
_ Queria muito acreditar.
_ Então acredita.
_ Não posso.
_ Então olha nos meus olhos e diz que não sente o mesmo.
Ninguém foge do seu destino, essa é a lei da vida. Nasceu o beijo, fruto do amor. Por que por ser exato o amor não cabe em si, por ser encantado o amor revela-se, por ser amor invade e fim.

Produzida em fevereiro de 2008

Um comentário:

  1. Nossa Ate que em fim esta dividindo com o mundo seu Talento
    :P
    :D
    fico feliz por Voce...
    bjs

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