domingo, 9 de janeiro de 2011

Armadilha do destino

Amanheceu e os pássaros cantam anunciando a chegada de um novo dia. Geralmente quem ama gosta de ver o pôr do sol e apreciar a vida em tom rosa. Com Carol e Breno não era diferente; eles eram jovens bonitos e envolvidos pelo amor. Ele era um pouco reservado, não revelava tudo que passava na sua mente. Porém ela compreendia, concordava que todo mundo tem seu jeito.
Amavam-se tanto que decidiram casar. As famílias de ambos eram contra, pois acreditavam que eram muito precoces para enfrentar a vida. Como jovens não se submetem e sim se comprometem. Eles agiram com o coração, sem ao menos medir as conseqüências de ir adiante. A mãe de Carol ficou muito aborrecida com o seu casamento imaturo. Em meio a toda angústia que estava passando, restringiu o prazo de dois meses para que ela procurasse um lar para viver com seu marido. Pois casaram mais não planejaram onde morar. No entanto a jovem não conseguia entender a falta de sensibilidade e tolerância da sua mãe. Outro dia em meio a uma discussão ela falou:
_ Onde você estava com a cabeça quando resolveu se casar? Está pensando que a vida é assim tão fácil?
_ Eu sei que não é fácil mãe, mas eu amo o Breno e é com ele que quero ficar.
_ Com todos seus namorados eram assim e hoje não está com nenhum deles.
_ É diferente com o Breno. Quando a gente ama quer ficar juntos. Mas a senhora não entende.
_ Cheguei a pensar que você era mais prudente. Mas percebi que não.
_ Tenta ser compreensiva, a senhora já teve 19 anos.
_ Lembre-se que tomou uma decissão e mais dias ou menos dias ela virá com conseqüências.
_ Como dizia Carlos Queiroz “O prazer da aventura e a paixão pela vida sustentam ilusões e compensam enganos.”
_ Vamos ver por quanto tempo vai durar sua filosofia.

Carol foi morar com Breno na casa dos pais deles por determinado tempo. O pai de Breno o obrigou a trabalhar no escritório junto a ele, para que aprendesse a ver a vida com outros olhos. Carol cursava Faculdade porque pretendia ser uma grande advogada.
Passado algum tempo; resolveram que já estava na hora de viver na sua própria casa. Estavam vivendo uma nova fase, mas só perceberam quando surgiram as brigas repentinas.
_ Você trabalha tanto que nem sobra tempo pra mim.
_ Meu pai exige muito de mim e não posso desapontá-lo.
_ Ah! Mas a mim você pode?
_ Essa é nossa vida agora.
_ Não imaginei que seria assim.
_ Nem eu. Mas precisamos desse trabalho.
_ Primeiro vem os sentimentos. O amor alimenta a alma.
_ Mas não alimenta o estômago.
_ Quer dizer que agora, as emoções não importa?
_ Não foi isso o que eu quis dizer.
_ Mas foi exatamente o que deu pra entender.
_ Devemos ser pacientes, para enfrentar tudo isso juntos.
O poder das suas palavras já não tinha tanta força como antes. A vida do casal havia atravessado a virtude dos sentidos. O caminho da fantasia onde haviam passado estava distanciando cada dia mais. Breno chegava tarde em casa com freqüência. Nos fins de semana saia com seus amigos para beber e desabafar. Carol se sentia muito sozinha. Passou a conhecer o lado obscuro da vida e reagia a ela entre lágrimas. Em meio a tanta solidão, conheceu Diogo que a fez descobrir novamente o encanto da vida. Ele era muito bonito e simpático; a induzia com palavras amorosas. Notava-se no olhar de ambos o quanto estavam envolvidos. Encontravam-se escondido na faculdade. Às vezes perdiam aula para ficar juntos.
Em casa ela começava á recusar os carinhos oferecidos pelo seu marido. Descobriu que o amor que sentia tornou-se o ar frio do congelado casamento. Ela tinha vontade de se separar porem quando surgia na sua mente à realidade do Diogo bolsista que não tinha condições de lhe dar uma vida digna. Enfraquecia todo seu desejo. A solução seria manter esse amor oculto. Sentia-se lançada ao mundo insatisfatório onde tinha que esconder sua felicidade. Recorreu ao homem que tentava mudar o curso dessa melancolia.
_ Carol, ninguém te ama tanto quanto eu.
_ Não sei por quanto tempo vai durar esse amor.
_ O que a proíbe de afasta-se dele?
_ Não é tão fácil quanto imagina Diogo.
_ Não entendo.
_ Não precisa entender apenas me ame e confie em mim.
Ele a abraçou sentindo toda a segurança de suas palavras. Entretanto seu marido andava desconfiando de algo. Passou a ir buscá-la na faculdade, chegava mais cedo em casa. Ela ficava cada dia mais assustada.
Um dia á caminho da faculdade encontrou uma cigana que prometeu ler seu futuro na palma da sua mão se lhe pagasse certa quantia. Carol ficou curiosa e pagou imediatamente.
_ Vejo aqui, que está passando por um momento muito difícil, não é?
_ Sim estou. E o que mais a senhora vê?
_ Está namorando?
_ Sou casada.
_ Ah! É claro (respondeu com um sorriso sem graça) Pergunto se está com outro alguém. (continuou ela)
_ Por quê? A senhora vê ai.
_ Vejo.
_ E alguém sabe?
_ Você quer dizer seu marido?
_ É.
_ Pois não se preocupe, ele ainda não sabe de nada. Tenha calma que tudo vai ficar bem.
_ E tem mais alguma coisa que devo saber?
_ Não. Só vi tudo que falei.
Carol ficou aliviada por saber que seu marido não sabia de nada. A cigana havia tirado um peso a menos na sua consciência.
Quando chegou em casa. Foi imediatamente ligar para Diogo contando do diálogo que teve com a cigana. Atrás da porta do quarto seu marido ouvia toda a conversa. Planejando toda sua raiva. Quando ela tomou direção ao quarto, sentiu uma arma apontada na sua cabeça e na sua frente estava à pessoa a que ela temia. Breno á pegou pelos cabelos e a jogou contra parede. Chamando a pelo nome de vadia. Pediu que ela ligasse para o amante. A principio ela resistiu. Mas ele a ameaçou. Então ela ligou, dizendo que seu marido havia viajado. Quando ele chegou ao esperado. Viu Carol chorando desesperadamente. Sem dar tempo de perguntar o que aconteceu. Breno a pegou pelo braço e virou se para Diogo.
_ Então é você o infeliz que roubou ela de mim.
_ Não é bem assim. Podemos conversar melhor se largar a arma.
_ Acha que eu tenho cara de otário?
_ Eu te imploro não faça nada com ele (Pediu Carol em razão do seu amor)
Ao ouvir essa defesa tão apaixonada. Breno sentiu se muito mais traído do que pensava, e então não pensou duas vezes. Com cinco balas; matou os dois com ar de frieza e um suspiro de alguém que cumpriu uma missão.

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